Se tem uma coisa que volta e meia aparece quando converso com médicos e profissionais da saúde sobre seguro de responsabilidade civil é a mesma dúvida: “Como garantir que o seguro realmente vai proteger minha carreira, caso algo aconteça?” Não é exagero. Os números falam por si. Dados do Conselho Nacional de Justiça mostram que, somente em 2024, o Brasil teve um aumento de 506% em processos de erro médico, superando 74 mil novos casos (dados do Conselho Nacional de Justiça). Esse cenário reforça o quanto o seguro de responsabilidade civil não é mais algo opcional, mas sim parte do dia a dia de quem atua na medicina atua. Mas, mesmo contratando seguro, muitos ainda cometem falhas por falta de atenção ou informação. Compartilho aqui os erros que vejo acontecer com frequência. Alguns parecem simples, mas fazem toda diferença quando mais se precisa.
Contratação sem leitura atenta das condições
Já vi colegas optarem por um plano de seguro simplesmente porque parecia o mais rápido de contratar ou o mais barato. Só depois, quando enfrentaram algum problema, perceberam que nem todos os riscos estavam cobertos. Deixar de ler a apólice com atenção é um erro muito comum (e perigoso). Muitos contratos têm limites, restrições e cláusulas de exclusão que nem sempre são claros. Uma cobertura que não engloba o tipo de procedimento realizado pode, no final, não servir para nada.
Entre as exclusões mais recorrentes, estão atos dolosos, procedimentos experimentais, trabalho fora da área de atuação registrada e até mesmo erros cometidos como pessoa jurídica em vez de pessoa física, o que é bem mais frequente do que se imagina. Sem que o profissional perceba, sua prática diária pode não estar coberta por falha de entendimento, e aí... bom, nem sempre há tempo para consertar.
Escolha insuficiente da cobertura
Outro erro comum é contratar um valor segurado abaixo do mínimo necessário para a própria área de atuação. Segundo estudo do Tribunal de Justiça de São Paulo, entre 2020 e 2022, o valor médio dos pedidos de indenização por erro médico foi de R$ 35 mil por ação (estudo com dados do Tribunal de Justiça de São Paulo), mas há condenações, relatadas pelo Superior Tribunal de Justiça, que superam o milhão de reais, dependendo da gravidade do caso (decisões do Superior Tribunal de Justiça).
A tentação de baixar o valor da cobertura para economizar na mensalidade pode custar caro lá na frente. E nem sempre é fácil entender, de primeira, quanto realmente pode ser solicitado em um processo. Considerei por muito tempo que valores médios seriam suficientes, até que soube de casos extremos que mudaram minha percepção rapidinho.
Cobertura insuficiente pode colocar todo o patrimônio em risco.
E, por experiência própria, percebo que conversar com gente especializada, como vejo na SegureMed, faz diferença para entender essas nuances.
Desconhecimento sobre sinistros e acionamento
Muitos médicos acham que só precisam acionar o seguro quando têm notícia de uma sentença condenatória. Mas, na maioria das seguradoras, é necessário comunicar qualquer notificação, citação, intimação ou ameaça de processo. Se a comunicação for tardia, pode ocorrer perda do direito à cobertura. Esse detalhe, embora pequeno, faz toda diferença em situações já tensas por si só.
Além disso, algumas ações judiciais já começam com tentativas de acordo extrajudicial ou com notificações administrativas, como no caso de conselhos de classe. Se o profissional espera demais para relatar, pode ser interpretado como má-fé ou descumprimento contratual. Recomendo sempre guardar todas as comunicações recebidas, digitalizar e acionar o suporte do seguro nos primeiros sinais de problema.
Uso do seguro como ferramenta só depois do prejuízo
Em muitos bate-papos, percebo que grande parte dos colegas só pensa no seguro quando precisa, ou seja, já depois de um problema instalado. O seguro de responsabilidade civil médica deve ser uma ferramenta preventiva e não apenas reativa. Ter o suporte desde antes, contando com aconselhamento jurídico, é fundamental para evitar o agravamento de situações que poderiam ser solucionadas de forma mais séria e discreta fora dos tribunais.
É por isso que, inclusive, acredito que projetos como a SegureMed fazem diferença: trabalho preventivo, conteúdos educativos e orientação facilitam decisões mais seguras (e tranquilas) no dia a dia corrido da profissão.
Falta de atualização cadastral e cobertura
Não atualizar o cadastro junto à seguradora também é algo que parece detalhe, mas pode ser motivo para recusa de indenização. Já vi casos em que o médico mudou de especialidade ou passou a atuar em outra localidade e, por não comunicar a mudança, teve parte da cobertura questionada em um processo judicial. Às vezes, mudamos rotina, atividades, ou passamos a fazer procedimentos novos, e esquecemos desse ajuste junto à seguradora. Isso pode gerar dor de cabeça no pior momento possível.
Não valorizar ações educativas e preventivas
Os erros médicos, segundo a Organização Mundial da Saúde, afetam mais de 10% dos pacientes no mundo e são responsáveis por milhões de consequências graves todos os anos (dados da Organização Mundial da Saúde). Percebo que médicos que buscam se informar, participam de atualizações e implementam fluxos adequados de comunicação e registro possuem menor risco de processos. Inclusive, recomendo fortemente a leitura sobre boas práticas para evitar processos médicos, que detalha pontos que fazem muita diferença no cotidiano.
Além disso, é importante conhecer os limites das estatísticas. Parte dos processos não está relacionada ao erro individual, mas sim a falhas estruturais no sistema, como discute um artigo crítico sobre interpretação dos números de processos médicos.
Ignorar o papel da documentação adequada
Sei que a rotina na saúde é corrida, mas faltar com um bom registro pode custar muito caro. Documentação detalhada e legível ainda é um dos principais aliados em qualquer processo médico-legal. Já lí sobre isso em um artigo específico sobre situações de negligência médica: muitos profissionais nem imaginam que estariam cobertos se tivessem documentado adequadamente.
Documente para se proteger. Esqueça, e coloque tudo a perder.
A importância do acompanhamento jurídico e conteúdo atualizado
Em 2026, com a crescente judicialização e novas tecnologias na saúde, aposto, sem medo de errar, que o acompanhamento jurídico personalizado e o acesso a orientações claras são diferenciais. Na plataforma da SegureMed, vejo que há um cuidado grande em informar e atualizar o público, inclusive com artigos que detalham como funciona o seguro de responsabilidade civil médico e a importância de escolher seguros vinculados a associações reconhecidas como a ANADEM em seguro ANADEM.
Fazer uso dessas informações torna a contratação e a gestão do seguro algo mais simples e seguro.
Conclusão
No cenário atual, ter seguro de responsabilidade civil médica é tão fundamental quanto manter a ética e técnica no atendimento. O erro não está só em não ter o seguro, mas em não conhecê-lo, não usar da forma correta e subestimar o poder da informação. Fique atento aos detalhes, busque conhecimento sempre e, se possível, conte com a estrutura de quem entende do assunto. Se ficou com dúvidas ou quer garantir uma proteção efetiva de verdade, recomendo conhecer as soluções que ofereço aqui na SegureMed. Sua carreira e tranquilidade merecem esse cuidado.
Perguntas frequentes sobre seguro de responsabilidade civil médica
O que é seguro de responsabilidade civil médica?
Seguro de responsabilidade civil médica é uma proteção contratada pelo profissional da saúde (ou clínica) para cobrir danos causados a terceiros (pacientes) em decorrência de atos, omissões ou falhas no exercício da profissão. Ele garante respaldo financeiro e jurídico em casos de processos judiciais ou pedidos de indenização motivados por alegações de erro, imperícia ou negligência médica.
Quais erros mais comuns ao contratar esse seguro?
São vários, mas os principais erros incluem: não ler as condições gerais da apólice, escolher valores de cobertura insuficientes, deixar de comunicar alterações de atividade à seguradora, acionar o seguro fora do prazo ou não comunicar notificações judiciais, e subestimar a importância da documentação detalhada dos atendimentos.
Como evitar recusa de cobertura do seguro?
Para evitar recusa, mantenha seus dados sempre atualizados, comunique imediatamente qualquer notificação de processo ou intimação, siga rigorosamente os procedimentos determinados pela apólice e guarde toda documentação que comprove a prestação do serviço. Agir com transparência e atenção aos prazos é fundamental.
Quanto custa o seguro de responsabilidade civil médica?
O valor varia conforme especialidade, cobertura escolhida, local de atuação e perfil do profissional. Especialistas indicam que a média mensal fica entre R$ 100 e R$ 600 para médicos, mas pode ser maior em áreas de risco elevado ou valores de cobertura mais altos. Buscar orientações em plataformas como a SegureMed pode ajudar a encontrar a solução mais alinhada ao seu perfil.
Vale a pena contratar esse tipo de seguro?
Na minha opinião, considerando o aumento impressionante dos processos judiciais e os valores das indenizações, contratar um seguro de responsabilidade civil médica é indispensável em 2026. O seguro traz proteção financeira, apoio jurídico e paz de espírito para exercer a medicina com segurança.